sábado, 13 de junho de 2009

Hello Doll-e.

A cada filme que produz, a Pixar se supera e Wall-e não foge a regra.

Na trama, um robô e uma barata são os últimos habitantes da Terra. A terra foi abandonado pelos humanos, porque estava tão cheia de lixo que ficou impraticável sobreviver nela. A raça humana vivem vagando no espaço em gigantescas naves, esperando que o planeta seja limpo.

Último de uma linhagem de robôs compactadores de lixo, Wall-e é um colecionador de objetos usados e um grande fã do musical Hello Dolly. Sua vida muda quando um outro robô chega para verificar se é viável que a humanidade volte a habitar o planeta.

Como em todos os seus filmes, a discussão sempre é, será que estamos vivendo bem? A resposta que temos até o momento é não. Os questionamentos vão desde o descaso com a natureza, a postura individualista, até a utilização da tecnologia para intermediar relacionamentos.

O mais interessante em tudo isso é que os filmes são destinados ás crianças, mas acabando atingindo em cheio, os adultos que levam seus filhos ao cinema ou alugam o filme, pois sempre tratam de temas com os quais nos preocupamos todos os dias e nesse caso, o tema é: que mundo deixaremos para nossos filhos?

Imagens: Google.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Fuga no Panamá!


Terminei de assistir a terceira temporada de Prison Break e como em todas as temporadas, temos aquele final que não é bem um final, mas um recomeço.

Está temporada foi com certeza a mais fraca de todas até agora. Não sei se isso antecipou o fim do serido que irá terminar na próxima temporada, a quarta e última, ou se foi a mudança de dia e horário ocorrida nos Estados Unidos, fato que é tido como motivo mais relevante para a queda de audiência ocorrida nesta terceira temporada.

Depois de fugir de Fox River na primeira temporada, correr mais que notícia ruim na segunda, Michael Scofield está preso na Prisão Federal de Sona no Panamá, uma verdadeira terra de ninguém. Após a última rebelião, o governo decidiu deixar a "administração" da prisão nas mãos dos presos e apenas cerca a prisão e intervém apenas quando necessário. Com Michael Scofield como hóspede, o nível de interferência aumentou consideravelmente.

Dessa vez, os papéis também se inverteram. Se irmão, Lincoln Burrows, está livre e é obrigado a ajudar o irmão a fugir, pois eu filho foi sequestrado pela misteriosa Companhia.

Michael ainda tem as sombras de Brad Bellick, T. Bag e Alexander Mahoney, inimigos que estão presos na mesma prisão e que não esqueceram o que Michael fez a eles.

São 13 epísódios de conspirações, ameaças, intrigas, reviravoltas e muita ação. Apesar de ser mais fraca que as outras temporadas, a série é muito dinâmica e apenas em um dos episódios, não ficamos com vontade de saber logo o que irá acontecer. A dinâmica entre o irmão mais fraco que compensa tudo com a inteligência e o irmão mais cabeçudo, que compensa tudo na base da porrada, ainda funciona.

Vale a pena alugar.

Fonte: eu assisti a bagaça inteira.

Imagens: Google.

domingo, 7 de junho de 2009

...e o tempo não levou.


Talvez o primeiro filme que traduza o significado da palavra épico. Grandioso, grandiloqüente, gigante, fabuloso, fantástico e outros adjetivos sempre são utilizados quando se fala de “...E o Vento Levou.” Muitas vezes nenhum deles consegue traduzir tudo o que o filme representa para o cinema. Baseado no romance da escritora americana Margaret Mitchell, considerado infilmável por muitos estúdios, mas foi levado a cabo pela teimosia de David O. Selznick. O produtor ficou com tantas dívidas após o filme, devido aos impostos sobre um êxito tão grande, que quase foi a falência. Conseguiu se recuperar, mas nunca mais conseguiu um sucesso igual.

Passado na época da Guerra da Secessão, um capítulo triste na história dos Estados Unidos, o filme começa com uma grande festa no sul dos Estados Unidos, que era a favor da manutenção da escravidão e desafiava o desenvolvido norte do país. Na verdade os sulistas tinham convicção que venceriam a guerra, mas não sabiam que seus recursos não seriam suficientes para manter um conflito muito longo.

Neste cenário é que surge a mimada Scarlett O’Hara, interpretada pela belíssima inglesa Vivien Leigh. Filha do poderoso fazendeiro Gerald O’Hara (Thomas Mitchell), Scarlet é cobiçada por todos os rapazes da sua cidade e utiliza isso para seu proveito próprio. Porém aquele que ela ama já está prometido a outra moça, a recatada e boa moça Melanie Hamilton (Olivia de Havilland). Ashley Wilkes é herdeiro da fazenda Twelve Oakes e um dos poucos que enxerga o fracasso na empreitada de vencer o sul, mas não desiste de seus pares e parte para a guerra.

Enquanto declara seu amor por Ashley Wilkes escondida na biblioteca da fazenda de Twelve Oakes, Scarlett conhece por acidente o aventureiro Rhett Butler (Clark Gable), que também fica hipnotizado pela beleza de Scarlett, mas não sabe que tentará até o fim da história conquistar seu amor.

Estes são os principais personagens desta história que mostra o que aconteceu antes, durante e depois da Guerra da Secessão e de como os americanos se dividiram em ganhadores e perdedores. Talvez daí tenha surgido a divisão dos valores americanos e sua eterna divisão entre winners e losers, hoje sendo utilizada para determinar os que têm e os que não têm dinheiro.

Mas a estrela principal que conduz a narrativa é Scarlett O”Hara, antes da guerra ela é uma menina mimada que enxerga apenas seu desejo de casar com Ashley Wilkes e para isso fará de tudo. Durante a guerra, a realidade se impõe e mesmo tentando fugir dela de diversas formas, Scarlett se rende, principalmente à fome, e faz o famoso juramento por Tara, que traduz uma Scarlett madura, mas que ainda mantêm a sua essência voluntariosa. Após a guerra, Scarlett ainda tenta de todas as formas conquistar Ashley Wilkes, mesmo casando duas vezes, apenas para manter-se rica e poderosa.

O interessante é que a única pessoa realmente pura e boa do filme é a personagem de Olívia de Havilland, Melanie Hamilton, que passa o filme inteiro sendo ajudada e ajudando Scarlett O’Hara e mesmo sabendo que a amiga cobiça seu marido, continua sendo fiel a seus princípios, perdoando-a quando toda a sociedade conservadora sulista se volta contra Scarlett. Mesmo assim ela é única do elenco central que morre durante o filme.

Rhett Butler (Clark Gable) também sofre o diabo na mão de Scarlett, sempre tentando a todo custo conquistar o amor da empedernida moça sulista. Mas no final percebe que não conseguirá seu intento e ao sair de casa profere uma das frases mais famosas do cinema: “Sinceramente querida, eu não dou a mínima.”.

Scarlett O’hara representa a anti-heroína americana, surgida no pós-guerra que faz de tudo para sobreviver, Melanie Hamilton representa a bondade que nunca vence e Rhett Butler representa o aventureiro que nunca conseguirá ser um cidadão modelo, mesmo tentando muito.

Enfim, um filme maravilhoso que faz valer à pena suas mais de quatro horas de projeção. Dificilmente acontecerá um filme como esse na Hollywood de hoje. Talvez o último tenha sido Titanic, com a grandiosidade do primeiro, mas sem a profundidade de “...E o Vento Levou.”.

Ficha Técnica: …Gone With The Wind. (1939) Direção: Victor Fleming (Sam Wood e George Cukor, não creditado), Roteiro: Sidney Howard – Elenco: Clark Gable, Vivien Leigh, Olivia de Havilland, Leslie Howard, Thomas Mitchell, Barbara O’Neil, Victor Jory, Evelyn Keyes, Hattie McDaniel, Ann Rutherford, George Reeves, Fred Crane e Ona Munson.

Fonte: Coleção Folha Clássicos do Cinema.
Imagens: Google.

Sete Samurais e um Destino


Akira Kurosawa é um mestre do cinema mundial. Seus filmes são conhecidos e reconhecidos com obras de arte imortalizadas em celulóide. Nenhum outro foi tão influenciador do cinema como “Os Sete Samurais”.

No Japão medieval, uma aldeia de agricultores não suporta mais ser atacada por bandoleiros que arrasam suas casas, molestam suas mulheres e saqueiam suas plantações. Para tentar por um fim neste ciclo vicioso, os fazendeiros decidem contratar samurais para defender a aldeia.

Após muito procurar eles encontram o honrado Kambei (Takashi Shimura) que aceita a missão e a incumbência de encontrar os outros seis samurais. Dentre eles destaca-se Kikuchiyo (Toshiro Mifune), um fazendeiro fantasiado de samurai que faz o contraponto entre os destemidos e sistemáticos samurais, mostrando uma personalidade mais brincalhona e impetuosa.

Este épico repleto de cenas de ação memoráveis, eventos dramáticos pungentes e momentos de alívio cômico sensacionais, gerou um remake americano muito lembrado por todos, “Sete Homens e Um Destino”, estrelado por Yul Brinner, Charles Bronson e James Coburn, que não se compara em grandiosidade ao filme de Kurosawa. Além deste, vale ressaltar que a maioria dos filmes que apresentam o recrutamento de equipes de especialistas para alguma missão, bebem na fonte de “Os Sete Samurais”.

O mais interessante no filme de Kurosawa é que em 1954, com os recursos da época, ele conseguiu fazer um filme perfeito, tanto nos figurinos, quando nas locações, sem contar é claro com os magníficos atores que representaram tão bem seus pápeis. Alugue agora ou compre o DVD, pois este é um filme que vale a pena ser visto pelo menos uma vez por ano.

Ficha Técnica: Shichinin no Samurai (1954) Direção: Akira Kurosawa, Roteiro: Shinobu Hashimoto, Akira Kurosawa, Hideo Ogumi – Elenco: Takashi Shimura, Toshiro Mifune, Yoshio Inaba, Seiji Miyaguchi, Minoru Chiaki, Daisuke Kato, Isao Kimura, Keiko Tsushima, Yukiko Shimazaki, Kamatari Fujiwara, Yoshio Kosugi, Bozuken Hidari, Yoshio Tsuchiya, Kokuten Kodo, Jiro Kumagi.

Fonte: DVD da Continental Home Vídeo e 1001 Filmes para Ver Antes de Morrer – Ed. Sextante.Imagens: Google.

Os Doze Imundos.


Doze militares condenados a morte são recrutados para uma missão suicida durante a Segunda Guerra Mundial. Com essa premissa, o diretor Robert Aldrich, realiza um filme que pode gerar as mais diversas interpretações. Uns dizem que o filme é fascista, outros que é uma grande ironia sobre a guerra e suas mazelas. Para mim é um filme de ação espetacular, que reuniu um elenco que pareceu talhado para a trama.

Lee Marvin é o major John Reisman, um outsider dentro do exército que não respeita a autoridade e vive questionando as ordens. Com esta missão os militares imaginaram que se livrariam de dois problemas, mas não imaginaram que o Major levaria sua missão até o final, mesmo com a dificuldade de comandar um bando desajustado como o que recebeu.

Charles Bronson é o espelho do Major Reisman. Não respeita a autoridade, mas não se acovarda frente a uma missão.

O ex-jogador de futebol americano Jim Brown é o soldado Robert T. Jefferson, que representa a força da equipe de condenados.

John Cassavetes é Victor P. Franko, o rebelde do grupo. Cassavetes é conhecido na vida real por ser um premiado produtor e diretor de filmes independentes, que nunca deu certo em grande estúdios.

Donald Sutherland é o bobalhão da equipe Vernon L. Pinkley.

Telly Savalas é o maluco de plantão Archer J. Maggott, que fica maluco no momento mais inoportuno do filme.

Trini Lopez, Ralph Meeker, Richard Jaeckel, Clint Walker, Robert Webber, Tom Busby e Bem Carruthers, completam o elenco.

Um filme de anti-heróis que mostra como o discurso militar sobre paz e liberdade, passa sempre sobre incontáveis mortes e estratégias sem nobreza alguma.

Ficha Técnica: The Dirty Dozen (1967) Direção: Robert Aldrich, Roteiro: Nunnally Johnson e Lucas Heller – Elenco: Lee Marvin, Ernest Borgnine, Charles Bronson, Jim Brown, John Cassavetes, Donald Sutherland, Telly Savalas, Richard Jaeckel, Trini Lopez, Ralph Meeker, George Kennedy, Robert Ryan, Clint Walker, Robert Webber, Tom Busby, Ben Carruthers.

Fonte: Coleção Folha Clássicos do Cinema.
Imagens: Google.